domingo, 11 de julho de 2010

Os cinco choros diferentes da Marina

Na falta de outras formas de expressão mais enfáticas e objetivas, estamos catalogando algumas espécies de choros característicos da Marina.
São cinco, com significados obviamente diferentes, embora alguns deles a gente ainda não tenha percebido com clareza.
Tem um chorinho que é quase um muxôxo, um resmungo, utilizado em duas situações distintas, quase opostas. Usa para manifestar um certo prazer, uma reação ao conforto que acabou de sentir, mas adota também – com diferença sutil – no encerramento de uma ruidosa e dolorida choradeira. Neste caso, é um tipo de “assinatura” ou um protesto final contra os maltratos a que se achava submetida.
Assim: chorava muito porque queria o peito e quando o peito chega à sua boca não mama imediatamente porque acha necessário reclamar ainda durante algum tempo, com um chorinho mais baixo, rabugento.  
Fora este pranto sutil, cheio de nuances, Marina prefere opções mais evidentes.
O berreiro escancarado, com a boca aberta, entremeado por uma espécie de “ai, ai, ai”. É o da fome e da demora no atendimento, quando o serviço do restaurante não está nos seus melhores momentos.
O berreiro um pouco mais grave, interrompido, em suas notas mais altas, por um tremor na voz, quase sempre adotado quando está tomando banho, sente frio e o serviço de quarto demora a fornecer roupas secas.
E, finalmente, o choro de puro protesto, gritado e marcado por um ruído de motor. Como o do Kiko, do Chávez – não aquele, o outro.
O choro Kiko, é pura reclamação. Não tem sempre um objetivo específico. 







Nenhum comentário: